Meu pai servia nas forças armadas, na Itália, e só veio me conhecer quando eu tinha 10 meses de idade. Após o fim da guerra, e o retorno de meu pai, meus pais, Floyd e Ida Gilbert, dedicaram suas vidas para servirem ao Senhor como missionários. Depois de meu pai ter cursado um seminário bíblico, passaram pelo treinamento missionário da New Tribes Mission e por um período de serviço para a missão nos Estados Unidos, antes de viajarem para o Brasil em 1951. Este acabou sendo seu campo de trabalho durante 40 anos. Aceitei a Cristo como meu Salvador com seis anos de idade, o mesmo ano que meus pais viajaram para o Brasil, onde passei minha infância e mocidade. Durante minha mocidade meus pais ministraram, entre outros lugares, no Instituto Bíblico Peniel, onde estudei e participei nos trabalhos de evangelismo na região, junto com os demais alunos do Instituto. Durante este período da minha vida escolhi abandonar meu desejo de ser uma profissional na área de medicina. Decidi entregar minha vida a Deus para ser usadana Sua obra conforme Ele achasse por bem.Tomei esta decisão baseada na orientação da Palavra de Deus onde somos relembrados que nossa vida é apenas como um vapor que some rapidamente (Tiago 4:14); que somente o que fazemos para Cristo, em Cristo, tem valor Eterno; que as almas perdidas precisam ouvir para entender, "e como podem ouvir se não há quem pregue"? (Romanos 10:13-15). Também estava ciente de que Deus deu a ordem aos Seus filhos para irem, então raciocinei que, se Ele não me desse uma orientação contrária, eu já havia recebido a ordem para ir. A minha chamada para ser missionária não veio de forma excepcional, mas, de uma decisão consciente, constrangida pelo amor de Deus por mim e pelo mundo; sabendo que Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a arrepender-se, aceitando o perdão e a salvação (II Pedro 3:9). Ao longo dos anos tive o privilégio de ver a fidelidade de Deus na vida de meus pais, nossa família, e de colegas na missão.Esta parte não foi difícil para mim pois sempre entendi que Deus não pode mentir e que Ele prometeu cuidar dos Seus e eu estou entre estes!Para eu ter firmeza e fidelidade em minha própria vida e no meu ministério, Deus falou ao meu coração, profundamente, através dos versículos em Jeremias 48:10a, e Lucas 16:10. São versículos duros, mas vi que Deus gosta de ordem e Ele quer que Seus servos façam Sua obra sem relaxo e desordem.Estes versículos tem acompanhado e me desafiado desde minha mocidade. Aos 19 anos de idade iniciei o treinamento missionário, nos Estados Unidos, e aos 22 anos iniciei o meu ministério, como missionária, no Brasil. Sou muito amada e abençoada por Deus e eu O louvo por isso! Tive meus pais, vivendo no temor do Senhor, com exemplo de uma vida de comunhão e serviço a Ele. Também vi isto na vida de alguns outros servos e filhos de Deus. Pessoalmente, sinto-me realizada, mesmo que gostaria de ver mais resultados para a Eternidade no meu trabalho. Visto que fui criada entre os kaingangs não estranhei a aldeia quando fui para o meu campo de trabalho entre os índios da tribo Gavião do Maranhão. Realmente minha primeira experiência com este povo foi muito agradável, pois fomos recebidos com sorrisos e outras demonstrações de amizade, mesmo sendo tudo estranho. Logo recebi um nome indígena, fui adotada pelo povo e aos poucos fui conhecendo meus novos parentes. Através dos anos tenho participado no ensino de alfabetização no idioma Gavião, tenho ensinado matérias mais avançadas; trabalhado em confecção de material de leitura em Gavião; ajudado o povo na área de saúde; traduzido lições Bíblicas; ensinado as lições ao povo interessado, e preenchido qualquer brecha conforme possível e as necessidades vão surgindo. Meu trabalho atual é de traduzir lições Bíblicas e confeccionar material de leitura para o desenvolvimento e a compreensão dos leitores, visando o maior proveito da leitura Bíblica. O que tem me prejudicado, e prejudicado o trabalho, no meu modo de entender, tem sido a pouca permanência de colegas na equipe, no campo. Quantas vezes, após alguns anos de adaptação e aprendizado da língua do povo, missionários abandonam o trabalho por vários motivos. Então vem os próximos colegas, e após alguns anos acontece o mesmo... Isto tem sido desgastante e difícil para os índios e para os missionários que permanecem. Meu conselho para qualquer pessoa que esteja planejando ingressar na obra missionária é tenha um relacionamento íntimo e constante com o Senhor e na Sua Palavra. É de suma importância que você creia que o que Deus prometeu Ele fará. Saiba que entre as promessas de Deus, nas quais nos firmamos, temos promessas de tribulações e dificuldades, também. Você deve obedecer I Coríntios 10:31 que diz que devemos fazer tudo para a glória de Deus. Lembre-se que somos apenas estrangeiros nesta terra antes de irmos para nosso Lar Eterno e que não devemos valorizar muito as coisas deste mundo, as coisas passageiras (Hebreus 11:10-16). Lembre-se que do que diz Tiago 4:17, "aquele que sabe que deve fazer o bem e não faz nisto está pecando". Colossenses 3:17 nos ensina que tudo que fizermos em palavra ou obra, deve ser feito no Nome do Senhor Jesus, dando graças ao Deus e ao Pai através d’Ele. Meu desafio para o novo obreiro é: Vá para ficar. Sei que não sou exemplo fiel de tudo isto, mas estas são algumas das diretrizes pelas quais me oriento, e eu vivo na paz e alegria do Senhor, e zelo por estas, pois são muito preciosas!!!
Missionária Darlene Gilbert
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