sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A serpente de bronze no deserto e a crucificação de Jesus Cristo


A serpente de bronze nos fornece uma ilustração valiosa do significado da Cruz de Cristo. Toda a eficácia desse remédio milagroso, precisamos lembrar, dependia de usá-lo precisamente da forma que Deus guiou. Foi a serpente de bronze, e nada mais, que trouxe saúde para aquele que olhou para a mesma. O homem que achou prudente olhar para o altar de bronze, ou no mastro em que a serpente estava pendurada, teria morrido das suas feridas. Foi a serpente olhada e, apenas olhada, que curava o pobre israelita mordido. O homem que imaginou que seria melhor tocar a serpente, ou oferecer um sacrifício a ela, não teria recebido benefício algum. Foi a serpente olhada por cada doente com seus próprios olhos, e não com os olhos de outro, que foi curado. O homem que mandou um outro olhar por ele, teria encontrado um olhar vicário inútil. Olhar, olhar, apenas olhar, era a prescrição. O doente e, apenas o doente, deve olhar por si mesmo com seus próprios olhos. A serpente, a serpente de bronze, e nada mais que a serpente, era o objeto para o olho.

Como consequência da queda de Adão, todos os homens estão o mais longe possível da retidão original, e são de suas próprias naturezas inclinados para o mal. Eles não estão apenas em uma condição miserável, lamentável e falidos, mas em um estado de culpa, perigo iminente e condenação diante de Deus. Eles não estão apenas em inimizade com o seu Criador, e não têm nenhum título ao céu, mas eles não têm vontade de servir seu Criador, não têm amor para o seu Criador e não têm prontidão para o céu. Afirmamos que uma doença espiritual poderosa como essa requer um medicamento espiritual poderoso para a cura. Tememos dar a menor importância a qualquer sistema religioso de lidar com a alma do homem que parece incentivar a noção de que a sua ferida mortal pode ser facilmente curada. Tememos promover a noção favorita do homem de que um pouco de frequência na igreja e participação dos sacramentos, —um pouco de remendo, conserto, branqueamento, polimento, envernizamento e pintura por fora, — é tudo o que seu caso requer. Portanto, protestamos com todo o nosso coração contra o formalismo, sacramentalismo, e toda espécie de mero Cristianismo externo ou  vicário. Afirmamos que toda a religião assim, é fundada em uma visão inadequada da necessidade espiritual do homem. A mesma requer muito mais do que isso para salvar, ou satisfazer, ou santificar, uma alma. A mesma requer nada menos que o sangue de Deus o Filho aplicado à consciência, e a graça de Deus o Espírito Santo inteiramente renovando o coração. O homem é radicalmente doente, o homem precisa de uma cura radical. Acreditamos que a ignorância da extensão da queda, e de toda a doutrina do pecado original, é uma razão grandiosa pela qual muitos não podem compreender, apreciar, nem receber a Religião Evangélica. Ao lado da Bíblia, como seu fundamento, esta se baseia em uma visão clara do pecado original.

Adaptado por: acferreirabernardo

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